Estranhei de tal forma a disposição dos jogadores do Catania no confronto com o Milan, no último final de semana, que parei e assisti. Estava apenas zapeando os canais, peguei o jogo em andamento, mas me interessei pela distribuição dos atletas em um sistema com três zagueiros pouco usual. Eu, ao menos, nunca havia me deparado com tal desenho.
O Catania enfrentou o Milan utilizando-se de um 3-5-2 com losango defensivo. Os alas alinharam-se à segunda faixa de meio-campo, e não aos volantes, como habitualmente acontece. No desdobramento, o sistema tático pode ser descrito como 3-1-4-2: três zagueiros, um volante centralizado, dois alas alinhados aos meias centrais, e dois atacantes de movimentação à frente.
O resultado, entretanto, foi catastrófico. O Milan venceu por 4 a 0, e o Catania teve de se reiventar durante a partida. O ala-esquerdo Marchese passou a voltar, sem a bola, formando uma linha de quatro com os zagueiros, empurrando-os para a direita, e deixando o ala Lanzafame na mesma faixa do volante Lodi – o vértice mais adiantado do losango defensivo inicial.
Na minha percepção, este losango defensivo vulnerabiliza as faixas laterais do campo. São quatro jogadores preocupados em bloquear a região central, com muito espaço entre os alas e o zagueiro do lado, que se obriga a deixar a área para fazer a cobertura. Como sempre, sistemas com três zagueiros ocupam de maneira deficitária o campo, levando à criação de diversas compensações. Seria melhor, talvez, ter mantido o 4-4-1-1 com o qual o Catania vem fazendo boa campanha no Italiano.
Eduardo Cecconi
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