José Mourinho sempre se declarou adepto de dois sistemas táticos: 4-3-3, o preferencial; e 4-4-2 com meio-campo em losango, a alternativa. Segundo o treinador português, o 4-3-3 proporciona a melhor ocupação de espaços, e o 4-4-2 exige maior concentração dos seus atletas por apresentar problemas nesta ocupação, o que ajuda a elevar o desempenho.
Mas no Real Madrid, Mourinho adota o 4-5-1 com três meias ofensivos (ou 4-2-3-1). É um sistema tático derivado do 4-3-3, portanto, o técnico dos merengues não violenta nenhuma convicção, nem se contradiz. Na comparação com o que fazia no Porto, na Inter ou no Chelsea (principalmente), ele apenas recua seus atacantes lateralizados para a mesma linha do ponta-de-lança.
Estes atacantes transformados em meias-extremos jogam com os pés invertidos: destro Cristiano Ronaldo na esquerda, canhoto Di Maria na direita. Özil é o ponta-de-lança central, com brilhantismo que hoje inviabiliza o retorno de Kaká - o Kaká de 2010 – ao time. Esta linha é guarnecida por dois volantes combativos e capacitados na saída de bola. Xabi Alonso e Khedira conciliam marcação eficiente à passagem da linha da bola e à precisão no passe.
Com a bola, a melhor saída é pela esquerda. Marcelo beneficia-se da chegada de Mourinho, com o corredor aberto por Cristiano Ronaldo, avançando pelo lado ou então ingressando em diagonal pelo meio para tabelas curtas com o próprio português, com Özil ou com o pivô de Higuaín. E Mourinho destaca ainda uma característica do lateral brasileiro:
- Aprendeu a marcar por dentro. Geralmente os laterais são jogadores que jogam melhor abertos. Poucos laterais conseguem marcar por dentro – disse Mourinho em entrevista à ESPN Brasil. Uma referência, acredito, à basculação realizada quando a linha defensiva move-se à direita para cobrir o apoio de Arbeloa.
Eduardo Cecconi
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