Assim que o Corinthians anunciou a contratação de Tite, defendi no Twitter que ele adotasse na equipe paulista o mesmo 4-4-2 com meio-campo em losango utilizado no Inter em 2009. A justificativa principal para desistir do 4-2-3-1 de Mano Menezes, mantido por Adilson Batista, é a ausência por lesão de Dentinho e Jorge Henrique. Sem ambos, faltam ao Corinthians jogadores capazes de atuar como meias-extremos na linha ofensiva.
Não há Dentinho, nem Jorge Henrique, mas permanece um elenco absolutamente adequado ao losango. Ralf é um primeiro volante nato, combativo, fiel ao posicionamento inicial, e inteligente na cobertura dos laterais; Jucilei e Elias são apoiadores típicos, marcadores sem a bola, mas velozes na transição ofensiva em apoio a laterais, ao meia e aos atacantes – ‘carrilleros’, como se diz na Argentina; e Bruno César é o ponta-de-lança característico, um articulador que atua centralizado, recebendo o primeiro passa para organizar as jogadas, e aproximando-se em infiltrações para também concluir.
No Inter, Sandro era o vértice inicial da figura geométrica. Como apoiadores, Magrão pela direita e Guiñazu na esquerda – foram os melhores momentos de Magrão com a camisa colorada, e Giuliano, quando o substituía, também foi insuperável na comparação com o Giuliano inadaptado ao 4-2-3-1 de Roth. D’Alessandro atuava como enganche, e as duplas de ataque variaram de Alex-Nilmar para Taison-Alecsandro. Na figura abaixo, um resgate do blog Preleção, do clicRBS:
Tite percebeu a relevância do 4-4-2 em losango para conciliar sistema tático e características disponíveis no elenco. E assim o fez: o Corinthians de Tite reproduz o Inter de 2009. Ontem, contra o Flamengo, dava tudo certo até o empate rubro-negro em 1 a 1. Mas a estreia foi ainda mais promissora: vitória de 1 a 0 no clássico com o Palmeiras.
A estratégia, acostumem-se corintianos, será a transição ofensiva em velocidade. Também conhecida por ‘contra-ataque’. Tite mantém suas equipes rigidamente organizadas, com muita basculação defensiva (cuidado com as inversões do adversário), ocupação de espaços com marcação por zona, fidelidade aos posicionamentos iniciais, cumprimento integral das funções. O 4-4-2 em losango não se desorganiza, ou não deveria se desorganizar, em nenhum momento. Recuperada a bola, a transição pretende-se veloz, com a saída dos laterais e a passagem dos apoiadores.
Gosto deste modelo, sou admirador do trabalho de Tite, e vejo no Corinthians jogadores com as virtudes exigidas por este sistema.
Eduardo Cecconi
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