Assistimos nesta tarde a um confronto de dois sistemas táticos na teoria semelhantes, mas diversos na prática. Na Alemanha, Bayern de Munique e Inter de Milão enfrentaram-se pela UCL utilizando-se do mesmo 4-5-1 com três meias ofensivos (ou 4-2-3-1). A estratégia de Van Gaal saiu-se melhor, entretanto, do que a planejada por Leonardo. Mas o técnico brasileiro corrigiu-se, e ao final conquistou pelo saldo qualificado a classificação com vitória de 3 a 2.
No 4-2-3-1, o Bayern foi sóbrio. Dois laterais presos à base, dois volantes centrais, um ponta-de-lança aproximando-se do centroavante, e dois wingers de pés invertidos – o canhoto Robben na direita, e o destro Ribery na esquerda. Ambos alternando características distintas. Enquanto Ribery aprofunda o jogo pela linha de fundo, atuando aberto pelo lado, Robben joga em diagonal para o meio, movimentando-se mais e buscando o ingresso na área.
Ribery e Robben foram auxiliados por Müller, um meia-central ofensivo, que também avança na direção do centroavante Mario Gomez, e coloca-se à disposição dos wingers para as tabelas curtas. Atrás deste quarteto ofensivo, que muitas vezes lembra um 4-2-4 pelo avanço simultâneo de todos (não há, entretanto, variação tática) ficaram os volantes Luiz Gustavo e Schweinsteiger, com o brasileiro mais preso à marcação, e o alemão responsável pela saída de bola.
Do outro lado, Leonardo fez um 4-2-3-1 todo torto. Lembrou, em determinados momentos, até mesmo um losango. Inexplicavelmente ele abriu Sneijder pela esquerda, com Pandev à direita, e Stankovic mais adiantado, pelo centro. Thiago Motta e Cambiasso foram os volantes, mas com o argentino começando na direita. Muitas trocas de posicionamento comparadas à formação básica, e o pior: alijou Sneijder da sua predileta faixa central.
O Bayern teve mais oportunidades – 19 contra 12 – com equilíbrio na posse de bola, pouco superior aos italianos (52%). Müller e Gomez marcaram os gols do Bayern, virando o jogo e dando indícios de classificação sob controle.
Mas aos 15m do 2º tempo, Leonardo consertou o erro. Stankovic deu lugar a Philippe Coutinho, Sneijder centralizou – por vezes invertendo-se com o meia brasileiro – e na sua região de origem o holandês empatou. Ao final, Eto’o – autor do primeiro gol – deixou Pandev livre para celebrar a classificação. Teve mais sorte que juízo o treinador da Inter.
Eduardo Cecconi
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