Não é de hoje que o Manchester United tem duas variações táticas: a convencional (o 4-4-2 em duas linhas) para confrontos em Old Trafford; e a defensiva (4-5-1 em duas linhas, com um volante entre elas ou um ponta-de-lança à frente delas – 4-1-4-1 / 4-4-1-1) para clássicos, jogos de Uefa Champions League ou qualquer partida fora de casa. Sábado, por exemplo, novamente o técnico Sir Alex Ferguson recorreu ao modelo dos ‘grandes jogos’ ou dos ‘jogos fora’ para enfrentar o West Ham, pela Premier League. E se deu mal.
O Manchester United entrou em campo no 4-4-1-1. Na segunda linha do meio-campo, Carrick e Gibson centralizaram, com Valencia e Park nos extremos, e Giggs fazendo a ligação pouco à frente. Rooney, eternamente sacrificado por este sistema, foi o único atacante. Não é coincidência sua queda de rendimento recente, problema contemporâneo a esta nova diretriz tática do treinador dos Red Devils. Em pouco tempo, o West Ham vencia por 2 a 0.
A virada do United – que venceria por 4 a 2 – chegou a partir de duas alterações. A equipe voltou ao 4-4-2, com as substituições de Evra por Javier Hernández (no intervalo), e de Park por Berbatov (aos 14 do segundo tempo) – formação descrita no diagrama tático que ilustra o post. Também não é coincidência que, no minuto seguinte, Rooney tenha marcado o primeiro de seus três gols – o mexicano Chicarito fechou o placar.
Neste 4-4-2 improvisado, Ferguson baixou Giggs para a lateral-esquerda, e no mesmo setor deslocou Rooney para o lado, como winger. Berbatov e Hernández formaram o ataque, com ambos participando também do retorno para buscar a bola e combater o adversário sem a posse.
Este é mais um indício da vocação ao 4-4-2 convencional do Manchester United, ignorada pelo seu próprio arquiteto nas últimas três temporadas. Entretanto, é muito difícil discutir teoria tática contrapondo resultados. Embora contra o West Ham a corriqueira recaída defensivista de Sir Ferguson tenha ruído, nos clássicos e jogos de UCL deixar os atacantes no banco (foi assim com Tevez durante muito tempo, e agora repete-se com Berbatov e Hernández), isolar Rooney e sacrificar os movimentos ofensivos da equipe tem dado certo.
No 4-1-4-1 ou no 4-4-1-1 o Manchester United abdica da posse de bola e conta com uma grande eficiência nas jogadas de bola parada e nas rápidas transições ofensivas (contra-ataques) para vencer jogos importantes. Não sou comentarista de resultado, e não gosto de ver um clube tão vibrante e ofensivo submetido a esta filosofia tática para ‘grandes jogos’ ou ‘jogos fora’. Mas contra fatos os argumentos servem apenas ao debate, e não à contestação.
Ainda assim, reitero: agrada-me muito mais o Manchester United do segundo tempo contra o West Ham. Coragem, Sir Alex Ferguson…
Eduardo Cecconi
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1 Com a Palavra:
Senaaaaaa :D
Voltamos! vai lá e da uma olhada na nova layout, ta bonitão aquele Gigante! :D
SAUDADEEEEEEEEEEEEEEEEEEES DISSO
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