Não é fácil para um técnico adversário do Universidad Católica antecipar o planejamento de Juan Antônio Pizzi no comando da equipe chilena. O time do ex-atacante argentino com cidadania espanhola, que brilhou no Barcelona, na seleção da Espanha e no River Plate, apresentou na vitória de 2 a 1 sobre o Grêmio – semana passada, em Porto Alegre – três variações táticas durante a partida. E, com a perspectiva de permanência da mesma escalação, tudo indica que este cenário de alta rotatividade tática se repita hoje à noite no Estádio San Carlos de Apoquindo.
O sistema preferencial de Pizzi contra o Grêmio em Porto Alegre foi o 4-5-1 com três meias ofensivos (ou 4-2-3-1). Ormeño e Silva posicionam-se como volantes, à frente da linha defensiva formada por Valenzuela e Eluchans nas laterais, e pelos zagueiros Martínez e Henríquez. Na articulação, Meneses centraliza, com Tomas Costa à direita, pouco recuado (como fazia Elano na Seleção Brasileira de Dunga), e Cañete ‘espetado’ no campo ofensivo pela esquerda. Pratto é o centroavante de referência.
Mas o recuo de Tomas Costa pode acentuar-se, proporcionando uma variação ao 4-5-1 com três volantes e meias abertos (ou 4-3-2-1). Não é o famoso 4-5-1 ‘Christmas Tree’ consagrado pelo técnico Carlo Ancelotti no Milan, porque este desenho exige meias centralizados. Com Pizzi, nesta alternativa tática, Cañete e Meneses abrem pelos lados, com Ormeño centralizado, Silva na esquerda-central e Tomas Costa na direita-central, formando um ‘trivote’ – como chamam os analistas de língua espanhola. Especula-se aqui no Chile que esta será a formação inicial nesta noite.
Em Porto Alegre La Católica teve ainda uma terceira variação, novamente sem recorrer ao banco de reservas: 3-6-1 com linha de quatro na intermediária defensiva (ou 3-4-2-1). Assim que abriu o placar no primeiro tempo, com Pratto, Pizzi recuou Eluchans como zagueiro pela esquerda, tendo Henríquez na sobra e Martínez na direita. Este movimento empurrou Valenzuela para a linha dos volantes – que tornaram-se Ormeño e Tomas Costa – levando ainda Silva para a ala-esquerda. Cañete e Meneses centralizaram na segunda linha do meio-campo.
Tudo isto aconteceu em 90 minutos, conforme descreve com legendas coloridas o diagrama tático que ilustra o post. Repetindo a escalação, Pizzi também deve repetir estas variações táticas em intensa mutação conforme as circunstâncias do confronto com o Grêmio.
Eduardo Cecconi
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