Não é segredo que os sistemas com três zagueiros proporcionam uma ocupação desequilibrada de espaços no campo, tanto com a bola, como principalmente sem ela. O sistema de marcação costuma ser individual por função, por não haver como delimitar zonas, e na perseguição aos adversários as equipes se desorganizam, apelando à ligação direta nas transições ofensivas. Em resumo: quem joga no 3-5-2 ou no 3-6-1 tende a ser reativo, atuando em função do oponente, com menor posse de bola e sem articulação organizada.
Mas o Chile do técnico Borghi se utiliza de um 3-5-2 elaborado para compensar estes problemas de ocupação de espaços. Muito semelhante ao desenho tático da Udinese, onde jogam o ala Isla e o atacante Sánchez, o sistema chileno tem como principal virtude o posicionamento adiantado dos alas. É um 3-5-2 com ‘alas espetados’ no alto do campo ofensivo.
Isla na direita e Beausejour na esquerda atuam praticamente como wingers, meias-extremos alinhados ao articulador Matias Fernández, em suporte à dupla de atacantes Sánchez e Suazo. É um bloco ofensivo formado por cinco jogadores, que buscam aproximações e combinações para manter a posse de bola, evitando a ligação direta proporcionada pelos 3-5-2′s com alas lateralizados – há opções de passe, o time não recua demasiadamente.
O sistema defensivo conta com outros cinco jogadores. Os dois volantes, centrais e posicionados – Medel e Vidal, protegem o zagueiro da sobra, Ponce. A cobertura dos alas espetados se dá com os outros zagueiros, Contreras na direita e Jara na esquerda.
Quando o Chile perde a bola, tendo apoio simultâneo dos seus alas, com o meia e os dois atacantes, ambos os zagueiros adiantam-se para combater na divisória central, enquanto os dois volantes e o zagueiro da sobra fecham a entrada da área. Contra o México, o sistema funcionou – quando a equipe conseguiu a virada para 2 a 1, tinha maior posse de bola, e havia criado 16 oportunidades de gol, contra apenas 2.
Eduardo Cecconi
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