Não está fácil a vida do pupilo de José Mourinho no Chelsea. Ele tenta manter a estrutura tática legada pelo seu mestre português, com uma pequena variação - o 4-3-3 anterior transformou-se em 4-1-4-1 – mas a segurança defensiva que caracterizava o Chelsea com Mourinho não se repete com Villas-Boas. Sábado, por exemplo, a equipe londrina levou 3 a 1 do Aston Villa, em casa e de virada, marcando um gol de pênalti.
O Aston Villa se desenhou com um encaixe tático ao Chelsea. O time de Birmingham distribuiu-se no 4-5-1 com duas linhas e um enganche (ou 4-4-1-1). Desta forma, o enganche Ireland “bateu” com o primeiro volante Romeu, enquanto o meio-campo casou perfeitamente as zonas de marcação ao quarteto de apoiadores do Chelsea:
Frente ao encaixe o Chelsea não conseguiu jogar. Teve mais de 60% da posse, no total, embora restrita às intermediárias. Na prática, foram apenas dois chutes em gol, sem contar as conclusões para fora. E, ansioso, o time costuma se desorganizar quando não consegue criar, abrindo espaços bem explorados pelo Aston Villa.
O Villa focou suas ações no lado esquerdo ofensivo, sobre Paulo Ferreira e David Luiz. N’Zogbia foi o winger do setor, recebendo o apoio do enganche Ireland, e até mesmo a passagem do box-to-box Clark. O atacante Agbonlahor também se deslocava ao lado esquerdo, completando um quarteto de jogadores tramando combinações e executando infiltrações entre o zagueiro e o lateral do Chelsea, muito distantes entre si e desprotegidos por Romeu e Ramires.
Defensivamente o Villa manteve-se protegido com os laterais Cuellar e Warnock presos à base defensiva, e com o volante Petrov. Desta forma, fechou os espaços do Chelsea, levando o time de Villas-Boas à costumeira ansiedade pelo gol, que provoca desorganização e abertura de espaços. Os visitantes tiveram paciência, virando o jogo aos 37m do segundo tempo, e fazendo o terceiro gol no final – período do auge desta ansiedade londrina.
Eduardo Cecconi
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